“Quando os nazistas levaram os comunistas, eu calei, porque, afinal, eu não era comunista. Quando eles prenderam os sociais democratas, eu calei, porque, afinal, eu não era social democrata. Quando eles levaram os sindicalistas, eu não protestei, porque, afinal, eu não era sindicalista. Quando levaram os judeus, eu não protestei, porque, afinal, eu não era judeu. Quando eles levaram a mim, não havia mais quem protestasse” (Martin Niemöller).
Todas as vezes em que ocorre um massacre humano, uma crueldade que choca a humanidade, como o holocausto nazista, as ditaduras militares, os atentados em Nova Iorque e em Madrid, o terrorismo do governo norte-americano no Iraque e no Afeganistão e, recentemente, o genocídio na Rússia, é comum vermos na imprensa os familiares das vítimas se perguntando desesperadamente: “porque mataram logo quem não tinha nada a ver com isso?”. Por outro lado, nós, expectadores, somos tentados a agir com uma brutal indiferença que parece se justificar na resposta: “eu não tenho nada a ver com isso!”. Tanto a pergunta como a resposta não são novas e remetem a um problema maior de nosso tempo: a extrema falta de solidariedade entre os seres humanos. Diante de um fato social, a pergunta que podemos nos fazer é “até que ponto eu não tenho nada a ver com isso?”
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